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Mensagens do blog por Laise Guimarães

"A Fantástica Fábric de Chocolate" POCUS no Esvaziamento Gástrico

Introdução

O ultrassom point-of-care (POCUS) tem se consolidado como uma ferramenta fundamental na medicina perioperatória, emergencial e de cuidados críticos, proporcionando avaliações rápidas e precisas junto ao leito do paciente. Entre suas diversas aplicações, a avaliação do esvaziamento gástrico com POCUS tem se mostrado um método seguro e eficiente para guiar decisões clínicas, especialmente em situações que exigem um manejo cuidadoso da via aérea e do risco de aspiração.

Fundamentos da Avaliação do Esvaziamento Gástrico com POCUS

A avaliação do esvaziamento gástrico pelo POCUS é baseada na observação ultrassonográfica do antro gástrico, geralmente utilizando uma abordagem subxifoide ou epigástrica, com o transdutor curvo em modo bidimensional. A imagem é adquirida no eixo curto e longo do estômago, permitindo a análise do conteúdo gástrico e a estimativa volumétrica.

Os principais achados ultrassonográficos incluem:

Estômago vazio: Antro colapsado, sem conteúdo visível.

Presença de fluido claro: Sugere recente ingestão de líquidos, sendo possível estimar o volume com base no diâmetro antral.

Conteúdo sólido ou espesso: Indica maior tempo de esvaziamento e possível risco de aspiração em pacientes submetidos a anestesia ou procedimentos sedativos.

Estudos indicam que, com treinamento adequado, anestesiologistas podem atingir uma taxa de sucesso de 95% na avaliação do volume gástrico utilizando essa técnica. Embora não haja um número exato de exames necessários para alcançar 90% de acurácia, dados sugerem que, após a realização de aproximadamente 33 exames, é possível atingir um nível elevado de precisão na avaliação do conteúdo gástrico.

Aplicações Clínicas

Avaliação Pré-Anestésica: Permite determinar se um paciente está em jejum adequado antes da indução anestésica, especialmente em casos de emergência ou em pacientes com distúrbios de motilidade gástrica.

Manejo da Via Aérea Difícil: Em situações onde há incerteza sobre o estado gástrico, o POCUS pode auxiliar na decisão de intubação com sequência rápida ou uso de estratégias alternativas.

Pacientes Críticos e em Terapia Intensiva: Pacientes sob ventilação mecânica, com uso de drogas vasoativas ou com condições como gastroparesia diabética podem apresentar esvaziamento gástrico retardado, impactando a nutrição enteral e o risco de aspiração.

Técnica e Considerações Práticas

Para uma avaliação eficaz, recomenda-se:

Uso de um transdutor convexo de baixa frequência (2-5 MHz) para melhor penetração e visualização do antro gástrico.

Posicionamento do paciente em decúbito dorsal (fase 1) e lateral direito (fase 2) para melhorar a distensão gástrica e facilitar a diferenciação entre fluido e conteúdo sólido.

Medição do diâmetro anteroposterior do antro para estimativa volumétrica do conteúdo gástrico, se houver aumento diâmetro do antral após a mudança de decúbito.

Risco de Pneumonia Aspirativa em Cirurgias

A pneumonia aspirativa é uma complicação potencialmente grave em procedimentos cirúrgicos. A incidência estimada é de aproximadamente 4 casos para cada 10.000 anestesias. O risco é maior em pacientes submetidos a cirurgias de emergência, em mau estado geral, portadores de doenças gastroesofágicas, doenças neurológicas, além de idosos e gestantes. A avaliação prévia do esvaziamento gástrico com POCUS pode ajudar a reduzir esse risco ao orientar estratégias anestésicas mais seguras.

Limitações e Desafios

Embora o POCUS seja uma ferramenta valiosa, sua interpretação depende da experiência do operador e da qualidade da imagem adquirida. Além disso, fatores como obesidade, distensão gasosa e variações anatômicas podem impactar a acurácia da avaliação. Portanto, o treinamento adequado é essencial para a aplicação clínica confiável dessa técnica.

Conclusão

O uso do POCUS na avaliação do esvaziamento gástrico é uma estratégia segura, rápida e não invasiva que pode auxiliar decisões clínicas importantes em anestesia, emergência e terapia intensiva. Seu uso rotineiro pode contribuir para a redução do risco de aspiração e para um manejo mais preciso da via aérea, especialmente em pacientes de alto risco. Com treinamento adequado e incorporação sistemática na prática clínica, o POCUS se torna uma ferramenta indispensável para a medicina moderna.



  
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