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Mensagens do blog por Laise Guimarães

‘Meu Pé Esquerdo”: POCUS na Investigação de Corpo Estranho
‘Meu Pé Esquerdo”: POCUS na Investigação de Corpo Estranho

| Introdução

O ultrassom point of care (POCUS) tem ganhado destaque como uma ferramenta essencial em diversos cenários clínicos, especialmente pela sua capacidade de fornecer informações diagnósticas em tempo real, diretamente à beira do leito. Um dos usos crescentes do POCUS é na detecção e manejo de corpos estranhos no corpo humano. Seja em situações traumáticas ou acidentais, a identificação precisa de corpos estranhos pode ser crítica para evitar complicações, como infecções, reações inflamatórias e dano tecidual. O POCUS se destaca por ser uma técnica não invasiva, acessível e de rápida execução.

| Corpos Estranhos: Um Desafio Diagnóstico

Os corpos estranhos podem ser introduzidos no corpo de várias maneiras: cortes, lacerações, perfurações ou até por inalação. Frequentemente, são pequenos objetos, como fragmentos de vidro, espinhos, lascas de madeira ou metais, que podem ser difíceis de detectar com técnicas convencionais, como radiografia, especialmente se forem radiotransparentes. Embora a tomografia computadorizada (TC) possa ser uma opção, o POCUS apresenta uma alternativa imediata e sem radiação.

| Vantagens do POCUS na Detecção de Corpos Estranhos

·         Visualização em Tempo Real:O POCUS permite que o clínico visualize o corpo estranho em tempo real, ajustando a posição do transdutor para obter a melhor imagem possível do objeto e de seu entorno anatômico.

·         Precisão na Localização:O ultrassom é altamente eficaz para localizar corpos estranhos superficiais, como fragmentos de vidro, metal e madeira, oferecendo uma localização precisa, o que facilita intervenções cirúrgicas ou remoções no local correto.

·         Detecção de Complicações Associadas:Além de identificar o corpo estranho, o POCUS pode ser útil para detectar complicações associadas, como abscessos, hematomas ou inflamação ao redor do objeto, ajudando a orientar o tratamento.

·         Segurança e Facilidade:O POCUS é uma ferramenta segura, livre de radiação, que pode ser utilizada por médicos de diversas especialidades, como emergencistas, intensivistas e cirurgiões. A curva de aprendizado para identificar corpos estranhos é relativamente curta, o que facilita a incorporação desse método na prática clínica diária.

| Técnicas de Ultrassom para Detecção de Corpos Estranhos

Transdutor Linear de Alta Frequência:Normalmente, utiliza-se um transdutor linear de alta frequência (7,5-12 MHz) para obter imagens detalhadas de estruturas superficiais. Isso é especialmente eficaz para corpos estranhos localizados em tecidos subcutâneos ou áreas próximas à pele.

Avaliação Ecogênica e Sombra Acústica: Corpos estranhos geralmente aparecem como estruturas hiperecóicas no ultrassom, com sombras acústicas posteriores. Esse efeito é útil para diferenciar corpos estranhos de outras estruturas naturais, como tendões ou vasos sanguíneos.

Movimentos Dinâmicos do Transdutor: Movimentar o transdutor em diferentes ângulos pode ajudar a confirmar a presença de um corpo estranho, especialmente se ele for irregular ou possuir bordas que causem distorção no tecido ao redor.

| Exemplos de Corpos Estranhos Detectáveis pelo POCUS

·         Fragmentos de Vidro: O vidro é altamente refletivo no ultrassom, aparecendo como um objeto hiperecóico com uma sombra acústica pronunciada. Fragmentos de vidro menores podem ser difíceis de detectar em radiografias, mas são bem visualizados com o POCUS.

·         Lascas de Madeira: Embora a madeira seja radiotransparente e dificilmente visível em radiografias, o ultrassom pode identificar lascas de madeira através da sua ecogenicidade e a presença de um halo hipoecóico ao redor, indicando inflamação ou abscesso.

·         Fragmentos Metálicos: Fragmentos de metal, como agulhas ou pedaços de lâmina, aparecem como objetos hiperecóicos no ultrassom, frequentemente acompanhados por sombras acústicas intensas, facilitando sua identificação.

·         Material Orgânico: Espinhos ou outros objetos orgânicos também podem ser visualizados com ultrassom, embora tendam a ser menos refletivos. A presença de inflamação ou reação ao corpo estranho pode ajudar a destacar essas estruturas.

| Casos Clínicos

Um exemplo prático é o uso do POCUS em um paciente que apresentou um corte profundo no pé após pisar em uma superfície com vidro. A radiografia inicial foi inconclusiva, mas o POCUS revelou um pequeno fragmento de vidro subcutâneo, que foi prontamente removido em uma sala de emergência, evitando complicações infecciosas.

Em outro caso, um paciente apresentou dor intensa e inchaço no braço após uma queda em uma área com vegetação densa. Embora a radiografia não tenha detectado nada anormal, o POCUS identificou uma lasca de madeira embutida no tecido mole, permitindo uma intervenção rápida e eficaz.

| Limitações e Considerações

Apesar de suas vantagens, o POCUS tem algumas limitações. Corpos estranhos muito pequenos ou profundamente embutidos podem ser difíceis de identificar, especialmente em tecidos mais densos, como músculos profundos. Além disso, operadores menos experientes podem encontrar desafios na diferenciação entre artefatos e corpos estranhos reais.

| Conclusão

O POCUS é uma ferramenta valiosa e de fácil aplicação na investigação de corpos estranhos. Sua capacidade de fornecer imagens em tempo real, localizar com precisão e identificar complicações associadas torna-o uma alternativa eficaz às radiografias e outras técnicas de imagem convencionais, especialmente em cenários de emergência. A incorporação do POCUS na prática clínica melhora a eficiência diagnóstica e reduz complicações, beneficiando tanto o médico quanto o paciente.



  
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