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Mensagens do blog por Laise Guimarães

História de um diagnóstico: POCUS na ascite
História de um diagnóstico: POCUS na ascite

|ntrodução

A ascite é uma condição caracterizada pelo acúmulo de líquido na cavidade peritoneal, frequentemente associada a doenças hepáticas, insuficiência cardíaca e malignidades. A identificação precoce e rápida da ascite é crucial para o manejo adequado do paciente.

 

|Por quê POCUS no exame físico abdominal?

Ultrassom à beira leito possibilita o próprio clínico realizar exame físico, com o benefício de incremento na sensibilidade através de tecnologia portátil e acessível. Em estudos realizados em pacientes em cenários de trauma, a identificação de líquido livre na cavidade abdominal pode ser tão pequena quanto 250 ml. Pacientes clínicos estável com suspeita de ascite por histórico clínico podem se beneficiar pela adoção desta modalidade de exame físico guiado.

Avaliação de volume e distribuição do líquido ascítico

Monitoramento da resposta ao tratamento


|Técnica de POCUS para Investigação de Ascite

Em exame físico não há necessidade de preparação do paciente. Obviamente a atenção à pequenos detalhes podem trazer ao exame maior acurácia como, a ingesta de 500 ml água antes 1/2 hora antes para o enchimento da bexiga. Porém, de forma alguma isto é impeditivo, pois neste caso o médico pode posicionar o paciente com as pernas elevadas à 30 graus por dois minutos e aumentar a sensibilidade da aquisição das janelas do quadrante abdominal superior.

Quanto ao posicionamento, decúbito dorsal sem cabeceira elevada, em alguns casos em Trendelenburg é aconselhável. Uso de gel para permitir a transmissão de ondas ultrassônicas e o protocolo de varredura segue a rotina do protocolo FAST, no qual interroga-se os quadrantes superior direito, esquerdo e a pelve. A abordagem sistemática para varredura das janelas garante moderada sensibilidade na identificação de líquido livre em locais comuns: espaços hepatorrenal, esplenorrenal, paracólico e pélvico.

Interpretação das Imagens requer familiaridade com as estruturas encontradas em cada janela acústica que não leva mais que 1 hora de treinamento teórico e 4 horas de treinamento prático para a capacitação do clínico nesta modalidade de screening.

Uma vez identificado fluido na cavidade, o método não consegue fornecer diferenciação entre ascite aguda ou crônica, nem muito menos sua etiologia, transudato ou exsudato. No entanto, a presença de ecogenicidade do líquido ascítico fornece algumas pistas sobre sua etiologia, antes da investigação complementar ser finalizada.

 

|Vantagens do POCUS na Investigação de Ascite

Dentre as vantagens que podem ser antecidadas pelo método são diagnóstico imediato à beira do leito, não Invasivo, repetível (pode ser realizado quantas vezes for necessário sem risco ao paciente). O estudo à beira leito pode também guiar procedimentos intervencionistas, pois facilita a paracentese guiada por ultrassom, aumentando a segurança e precisão com volumes pequenos, se comparados às técnicas convencionais. Outra vantagem é o monitoramento, pois o protocolo FAST auxilia o clínico acompanhar a resposta ao tratamento, como diuréticos ou paracenteses repetidas.

 

|Comparação com Métodos Tradicionais

O uso do protocolo FAST possui limitações, este tipo de exame não permite a detecção de pequenas quantidades de líquido, que podem também ter questionável valor clínico. Este exame é menos preciso em pacientes obesos, com distensão abdominal por gás ou em presença de enfisema subcutâneo. Todos os paciente com líquido livre ao exame f;isco guiado devem ser referidos para um estudo Ultrassom Diagnóstico Convencional, pois especialistas altamente treinados em uso de equipamentos maiores pode acrescentar informações não detectadas durante o exame à beira do leito. A Tomografia Computadorizada (TC) possui a mais alta sensibilidade, mas não é prática para avaliação repetida devido ao custo e exposição à radiação.

 

|Implicações Clínicas do Uso de POCUS

  1. Melhoria na Tomada de Decisões Clínicas
  2. Informações em tempo real auxiliam na escolha do tratamento adequado
  3. Redução de Complicações
  4. Diminuição do risco de complicações associadas a paracentese não guiada
  5. Eficiência e Custo-efetividade
  6. Reduz a necessidade de transporte do paciente e uso de recursos mais caros

 

|Limitações e Desafios

  1. Curva de Aprendizagem
  2. Necessidade de treinamento adequado para garantir a acurácia dos exames
  3. Dependência do Operador
  4. A qualidade e interpretação das imagens podem variar com a experiência do operador

 

|Futuro do POCUS na Investigação de Ascite

Avanços Tecnológicos em equipamentos ultraportáteis tem facilitado a incorporação do ultrassom como ferramenta de exame físico. Certamente e integração de IA nestes sistemas podem facilitar o uso e melhorar a acurácia de examinadores menos experientes pela sinalização de área suspeita e identificação de estruturas anatômicas comuns. Os dispositivos de ultrassom disponíveis no mercado são compactos e de acessíveis, com preço inferior dezenas de milhares de reais.

Certamente, educação e treinamento são elementos chave neste processo, a introdução e ou expansão dos programas de treinamento para incluir POCUS na formação médica básica e contínua irá proporcionar ao longo doas anos uma melhoria significativa no cuidado ao paciente em regiões onde especialistas de ultrassom não estão disponíveis. Ou melhor, a incorporação da telemedicina neste contexto permitir acesso mais rápido ao especialista, em exames suspeitos, onde um não especialista adquire imagem de qualidade e discutem os pontos de atenção, melhorando a triagem e reduzindo o tempo para a realização de um estudo formal.

 

|Conclusão

Em resumo, o ultrassom point-of-care (POCUS) se estabelece como uma ferramenta valiosa na investigação de ascite, oferecendo um método rápido, seguro e eficiente para a detecção e manejo da condição. Sua capacidade de fornecer diagnósticos em tempo real à beira do leito e de guiar procedimentos intervencionistas com precisão torna o POCUS uma adição indispensável na prática clínica. Com o treinamento adequado dos profissionais de saúde e a integração consistente do POCUS nas rotinas de atendimento, há um potencial significativo para melhorar a qualidade do cuidado ao paciente com ascite, reduzindo complicações e otimizando os resultados clínicos.



  
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